terça-feira, setembro 26, 2006

Ontem fizemos uma matiné a ver filmes de infância do J..
E, por mais que tivesse ouvido estas histórias na primeira pessoa, nos serões de lareira, martinis e abafadinhos, nunca imaginei que me tocasse tanto visualizá-las.
Ver memórias é intenso.
Houve momentos até de alguma confusão, vê-lo tão pequeno, tão diferente, mas em pequenas subtilezas, reconhecê-lo como ele é hoje, e, ao que parece como ele já era então. Observá-lo ali numa pequena tela, tão real, e olhar para o meu lado e vê-lo de novo. Curto-circuito. Explosão de amor e confusão.
Amei-o em pequeno, com cabelo à «tigela», e óculos que lhe ocultavam metade da cara, ranhosito, mas sem dúvida, sempre atento, enérgico e com uma boa disposição contagiante, uma presença que nunca foi indiferente, que às vezes parece o ultrapassar a ele próprio, uma centelha só dele.

Os momentos de intimidade mostram-nos outras faces dos outros, caretas, desabafos, «babusices», assim como aqueles momentos únicos, que marcaram as vidas de um conjunto de pessoas que gradualmente, ao observar estes vídeos se tornaram a meus olhos especiais e também eles únicos. O primeiro gato, a primeira casa, a primeira bicicleta, a primeira viagem...sobretudo a forma como os viveram.

A memória é selectiva, mas ao ver as histórias sinto que não me mentiram, existe beleza em cada frame. As imagens são carregadas de amor e paixão pelos outros e pelas coisas, uma força e uma vontade de viver.

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

GLUP![...]Foi o melhor post que eu já li até hoje!***

3:54 da tarde  

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